ontem, mil motivos, eu parecia uma barata tonta. o que em geral flui bem – separar copos, pratos, talheres, canecas, água de beber, água de lavar a mão, panos, toalha, achados e perdidos – parecia não encadear, era um nunca terminar ou encontrar o que faltava.
então, mais de onze da manhã e consegui sair com os meninos. lembrei que não deveria carregar muito peso para não forçar o braço e tomei a decisão mais ridícula da minha vida: eu, que gosto tanto de andar a pé, fui ao piquenique perto de casa de carro. de carro! até os meninos acharam engraçado. pareço uma barata tonta mas consigo rir da situação.
no fim das contas, foi bom ter ido de carro. primeiro, porque já tinha muita gente e, se fôssemos à pé, teríamos perdido uma boa parte da organização das toalhas – que é sempre uma farra. depois, por volta da uma e meia: chuva. é o segundo piquenique a terminar em chuva seguidamente. e correr na chuva com cesto, carrinho, bicicleta e criança não é bolinho.
como toda vez que nos encontramos, também desta vez foi pura festa. ou várias festas de uma vez. enquanto me virava em quinze, ainda em casa, para separar as coisas, chus e sérgio deram uma passada trazendo um pão doce que levariam para o piquenique se não chegassem as visitas. achei de uma delicadeza ímpar trazer um presente para o coletivo, mesmo sem estar. e a presença da chus estava desta vez mais luminosa que nunca. e o pão, com fermento natural, bom que só. (suas coisas estão comigo, chus.)
depois que o piquenique foi terminado pela chuva, ainda recebemos amigos que vinham-não vinham-resolveram vir. e a casa se encheu de ar de piquenique. criança brincando, adulto bebendo e partilhando caponata (do quê? de supermercado... segundo a priscila, o ingrediente principal é um supermercado picado bem miúdo, deixado no azeite para curtir...). e o dia se estendeu imenso domingo de acolhidas, até chegar numa segunda-feira, de almoço garantido. porque piquenique curto é menos tempo pra comer. e comida boa de piquenique vira almoço, vira café da manhã, vira de tudo um pouco, de todo pouco um muito.
agora é esperar as receitas do pão da chus, da mistureba que a mônica fez e é receita da dora que não conheço, o pão de piquenique da neide com ovos inteiros (até a casca...), o bolo de limão da fabiana e do edu, batatas com alecrim, e tanta coisa, tanta coisa que desta vez nem lembro, mas temos fotos que não fui eu que fiz.
neide estava de máquina na mão e logo põe foto e receita de tudo.
quanto aos achados e perdidos, devo confessar que desta vez fiz uma mandinga: jane, que lentamente vou conhecendo e descobrindo, veio ao piquenique algumas vezes e, na última vez que veio, deixou uma manta num dia de chuva a proteger meus meninos. a manta veio pra casa, foi lavada e guardada. e assim, seguidamente, a tal manta freqüentou vários piqueniques (como a própria dona da manta pôde constatar nas fotos), mas a jane não aparecia. desta vez, pensei: se eu não levar a manta, a jane vai. aposto! e não é que deu certo? nunca mais devolvo achados, só quando já estiverem muito, muito perdidos...
Ai, ai da uma vontade de participar. já tentei organizar um aqui mas o pessoal é muito malandro. Tudo pobre de espírito e com vergonha de sentar no parque pra comer e brincar. Aff.
ResponderExcluirEliane, o gostoso de um piquenique é convidar amigos bem amigos ou pessoas com muitas afinidades, se não fica chato. Espero que consiga reunir uma turma legal, que nem precisa ser mais que três e vamos ocupar nossas praças todos os sábados, domingos, feriados, fins de tarde. Um beijo, N
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