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22 de dezembro de 2011

Piquenique de dezembro de 2011



No último domingo teve piquenique. O de outubro aconteceu no final do mês, logo chegou novembro e, entre tarefas de fim de ano, viagens e gripes, muita coisa aconteceu na vida de todos nós, de modo que o piquenique de novembro escorregou e ninguém viu. Quando demos conta já era dezembro. Mas voltamos com saudade, menos atarefadas, com comidas frescas e sucos de verão.  Pães de frutas, refresco de hibisco, chá gelado, suco de laranja, coalhada de kefir, pão de linhaça, de amendoim, cuscuz marroquino em salada, bolos de chocolate, abacaxi com menta, lichia, baobá e muita conversa boa, à toa, séria, de rir. Até o fim da tarde, quando a chuvarada chegou anunciando o fim da farra.  E janeiro tem mais! 





















4 de novembro de 2011

Torta de Banana



Mais uma receita de torta de banana! Mas é que o cheirinho da banana misturada com canela, pelo menos pra mim, tem muita cara de café da manhã. Além disso, eu tinha uma dúzia de bananas nanicas bem maduras, precisando ser urgentemente usadas...

Essa receita, aprendida com a minha mãe, é ótima: fácil de fazer, rápida, leve e muito gostosa!

Torta de banana. De Fabiana Jardim

1 dúzia de bananas
10 colheres (sopa) de açúcar
10 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento químico em pó
canela em pó para polvinhar
manteiga
2 claras de ovos

Modo de fazer
Numa tigela, misture a farinha, o açúcar e o fermento. Corte as bananas no sentido do comprimento, fazendo três ou quatro fatias. Numa forma de cerâmica (ou pirex de vidro) untada, faça uma camada de bananas, polvinhando com a mistura de farinha/açúcar/fermento. Em seguida, polvilhe também canela e espalhe pequenas (cerca de meia colher de chá) lascas de manteiga pela camada. Faça outra camada de bananas e o mesmo procedimento.
Eu costumo fazer três camadas.
Quando a forma estiver completa, bata as claras em neve - eu também coloco um pouquinho de açúcar, para fazer um quase-suspiro - e espalhe, delicadamente, por cima das bananas. Leve ao forno por 20 a 30 minutos ou até dourar. Fica mais gostosa ainda gelada!

3 de novembro de 2011

Gobô com ervas finas



Por Eduardo Izumino 

Gobô ou bardana é uma raiz muito comum na comida dos nipo-brasileiros. Aqui em São Paulo é relativamente fácil de encontrar nas feiras, em alguns supermercados e, claro, nas mercearias do bairro da Liberdade. Também é relativamente possível encontrar o gobô já pronto, em uma espécie de saladinha/conserva, em companhia de cenoura e sementes de gergelim. Ele também recheia makisuhis e outros tipos de sushi. Acompanha ainda aqueles obentôs comprados prontos. Quando chegou a hora de pensar no que levar ao piquenique, o maço de gobô comprado no varejão do Ceasa pela pechincha de R$3,00 foi a salvação

Minha mãe, que eu me lembre, prepara o gobô apenas cozido e temperado com molho shoyu, ou então no tempurá. Também lembro dela já ter feito com carne, com frango, nos bolinhos de legume, no mazegohan, yakimeshi... Meu palpite é que o único cuidado é cozinhar o gobô mais ou menos 20 a 30 minutos, para ficar ‘al dente’ mas também macio o suficiente. Pensando melhor, há outros cuidados sim: deve-se ter alguma paciência para descascar e cortar as raízes e, dependendo da variedade do gobô, ele pode deixar seus dedos manchados por algumas horas.

A receita, mesmo, foi cortar o gobô descascado em tirinhas transversais, cozinhar os citados minutos, escorrer e refogar com azeite de oliva, uns dois dentes de alho picados, uma colher de chá de sal, uma colher de chá de gengibre picado ou ralado. Quando tudo estava bem quente, uma colher de sopa de mirin (saquê de ‘cozinhar’). Depois de desligado o fogo, acrescentei salsinha e cebolinha picada bem fininha – as tais “ervas finas”, ora, menos de origem que de forma. O resultado, quando chegou no piquenique, foi um gobô mezzo japa mezzo Alto da Lapa, que foi servido frio nas saladinhas mas eu, por exemplo, comi com pão. Claro que quem quiser tentar pode temperar como quiser. Tradicionalmente, como o que se come nos restaurantes, leva óleo de gergelim, shoyu, mirin, açúcar, e gengibre, além das sementes de gergelim.

Reza a lenda (lenda reza? perguntaria meu filho...) que além de muito gostoso o gobô tem propriedades afrodisíacas, entre outros usos. Parece não haver comprovação científica dos efeitos libidinosos, entretanto. Mas, a favor da lenda, podemos perguntar qual a comprovação científica do cineminha, jantarzinho...

1 de novembro de 2011

Rocambole de espinafre da Mônica




Rocambole de espinafre. Receita de Mônica Montenegro

1 maço espinafre orgânico (se pequeno, use 2)
3 ovos (se usar 2 maços, use 4 ovos)
1 colher (sopa) de manteiga 
½ cebola
Cheiro verde
Sal

Coloque as folhas do espinafre já lavadas no vapor até darem a primeira amolecida (se não for orgânico ou se preferir ferventar, deverá retirar o excesso de água do espinafre - pode apertá-los entre dois pratos)

Coloque aos poucos no liquidificador todos os ingredientes e bata até a mistura ficar homogênea.
Em uma assadeira retangular e grande forrada com papel manteiga despeje a mistura e ponha para assar em forno médio por 20 minutos ou até ficar firme

Vire a massa assada sob um pano de prato limpo ainda quente. Recheie com o que quiser: eu usei cenoura ralada e mussarela, mas pode ser também salmão defumado!  Ou ricota com uva passa.
E como diz a Neide: nhac!

Ah, enfeitei com brotos de feijão só escaldados e temperados junto com tomatinhos cereja.
Ah 2 – os talos podem ser aproveitados batidos numa limonada com manjericão!! Que também estava no piquenique.

palitinhos de quebra-galho

o piquenique do dia vinte e três foi o primeiro piquenique da joice. ela chegou com lício e ana, trazendo uns palitinhos de queijo e dizendo não sei fazer muita coisa, mas trouxe isso... não sobrou nem um palitinho para contar história ou para testemunhar o momento em que caiu uma chuvinha de flores amarelas e eu olhei para cima e disse que linda chuvinha de flores amarelas e um galho enorme caiu na minha cabeça. mas a joice e o lício – e várias outras pessoas, todas muito solidárias e de olhar assustado para a minha testa inchada – estavam lá. logo no primeiro piquenique trazer uns palitinhos tão gostosos e ficar até o fim é muito legal. mas o mais legal foi rapidamente ter nos mandado a receita. só não postei antes porque ainda não sou duas. um dia, se cair mais um galho desses, acho que me parto em dois pedaços. talvez o tempo dobre e se desdobre. talvez eu me torne um personagem do ítalo calvino...
bom... vamos aos palitinhos.

palitinhos de queijo da joice


ingredientes:
2 xicaras (chá) farinha de trigo
1/2 colher (chá) de sal
2 colheres (chá) de pó royal
100 g de margarina
150 g de queijo parmesão ralado
1 ovo batido
2 colheres (sopa) de água

modo de preparar:
peneire junto a farinha, o sal e o pó royal. junte a margarina e misture até formar uma farofa. acrescente o ovo, água, amasse e, por fim, acrescente 100 gramas do queijo ralado.
amasse até a massa desgrudar de suas mãos.
abra a massa, faça tirinhas e passe no restante do queijo ralado.
coloque em forno médio até dourar.

31 de outubro de 2011

Bolo de chocolate da Priscila




O bolo fez a alegria dos que ainda estavam na praça no fim da tarde do piquenique de agosto. A Veronika encontrou a receita em um comentário feito pela Priscila e eu, Neide aqui falando, a encontrei agora lá perdida nos rascunhos. Incluí a fotos que tirei e acrescento o elogio que justifica o fato de a receita aparecer aqui, ainda que tardiamente: cheiroso, delicioso, lembrava brownie. Portanto, pode fazer do jeito que a Priscila fez que dá muito certo.  Com a palavra, a autora:

Aqui vai a receita do bolo de chocolate que todos comeram de repetir e que me deixou toda feliz:
pesquisei um monte de receita, planejei tudo direitinho, mas como entre a teoria e a prática lá se vão uns 500 metros de distância, pelo menos cá comigo, fiz mesmo foi um bolo muito estranho, cuja receita pedia quatro xícaras de nescau, mas eu coloquei uma só, de cacau, porque o cacau que eu tenho aqui é muito forte, e ainda assim acho que foi demais. iam ainda seis ovos, que eu esqueci de ver se tinha, e por isso foram só três, mas pra compensar eu coloquei castanha do pará e amêndoa, reguei com suco de laranja, fiz uma ganache meia boca pra cobrir, joguei raspinhas de laranja por cima, ai, ai, o cheiro está ótimo, mas de gosto, sei não, e agora que todo mundo já deve estar indo embora, lá vamos nós pro piquenique.  Priscila

Bolo de chocolate. Por Priscila Moreno

1 e 1/2 xícara de farinha com fermento (mas a que eu usei não tinha fermento)
1 e 1/2 xicara de açúcar
4 xícaras de nescau (eu usei uma de cacau)
6 ovos (só usei os três que tinha na geladeira)
200 g de manteiga (usei uns 125 gramas)
1 e 1/2 xícara de leite
Sumo de 1 limão (usei de laranja)
1/2 colher de bicarbonato

Misture os secos, bata os ovos com a manteiga, esquente o leite, coloque o suco do limão, vá juntando tudo. aí coloque as castanhas "da amazônia", as amêndoas e leve ao forno. Depois regue com suco de laranja, cubra com ganache de chocolate e salpique raspinhas de laranja.

25 de outubro de 2011

Pão com caldo de cana


Em Piracaia já descobrirmos um lugar especial para parar antes de voltar para São Paulo. É no apiário C.A (11-9553-2759, email: ca.caixaparaabelha@yahoo.com.br) , que fica no anexo da Casa do Artesão, já na saída da cidade. O simpático casal de apicultores, Alexandre e Rosângela,  vende não só o mel que produz, mas também doces, geleias e queijos provolones da região. E ovos das próprias galinhas caipiras que criam em casa.  Gostamos de parar e tomar um caldo de cana antes de seguir viagem. Neste último sábado, pedimos também pastel de feira, uma delícia. O caldo é tirado na hora com asseio, de uma cana bem limpa. Pode ser com limão ou abacaxi e sempre tem um chorinho. Só acho que merecia um copo de vidro. Eu estava com tanta sede no sábado que me empolguei e comprei um litro para trazer. Mas caldo de cana só é bom na hora. Depois, acaba um pouco a graça, a gente acha muito doce, a sede passou. Como precisava fazer um pão para o piquenique de domingo, resolvi usar o caldo em vez de água para um pão salgado com flocos de centeio e cobertura de castanhas, que era o que eu tinha de diferente em casa. Assim foi feito. A crosta ganhou um dourado bonito e o sabor saiu ligeiramente adocicado, equilibrando o sal. O levain, eu já havia reformado pela manhã. Estava vivo, alegre, espumoso. Sovei a massa à noite e deixei crescendo até o outro dia, quando moldei os pães, deixei crescer mais um pouco e assei por uma hora. Chegaram ao piquenique ainda quentes.  À receita, pois: Antes, algumas dicas. Talvez para maioria dos leitores o mais fácil seja seguir o item 2.  

1. Para o levain (fermento natural): se você já tem um fermento natural, apenas reforme-o algumas horas antes (eu reformo sempre com antecedência de 6 a 12 horas) com mais farinha e água em quantidade suficiente para que fique com consistência de massa de bolo e que tenha quantidade suficiente para você usar 300 g (cerca de 1,5 xícara) e ainda sobrar para a próxima vez que for fazer pão. 

Caso não tenha o levain, faça assim
2. Se você não tem levain: faça uma mistura com 1 envelope de fermento biológico para pão (10 g), 130 g de farinha de trigo branca ou integral (cerca de 1 xícara) e 180 ml de água (3/4 de xícara), lembrando que uso sempre xícara padronizada para cozinha, de 240 ml.  Misture bem - vai ficar com consistência de massa de bolo mais firme. Deixe em repouso durante meia hora e use no lugar do levain. 

3. Se você quer começar a fazer seu próprio fermento: faça seu levain usando a mesma mistura indicado no item 2, sem o fermento biológico. Cubra com filme plástico e espere fermentar - em dois ou três dias, no calor, já estará fermentado. Reforme com mais farinha e água, como indicado no item 1. 


Pão com caldo de cana com flocos de centeio 

300 g (ou 1,5 xícara) de levain reformado ou fermento preparado como indicado no item 2 nas dicas acima 
2 xícaras de caldo de cana 
1 colher (sopa) de sal 
Farinha de trigo (mais ou menos 900 g) 
1 xícara de flocos de centeio 
1/2 xícara de azeite 
1 ovo 
Para cobrir: 2 colheres (sopa) de flocos de centeio e 2 de castanhas-do-pará picadas

Numa bacia, coloque o levain, o caldo de cana, o sal e parte da farinha suficiente para ficar com consistência de massa de bolo bem firme. Misture bem com colher de pau. Junte os flocos de centeio, o azeite e ovo e misture bem. Espere  uns 20 minutos para que os flocos fiquem hidratados. Continue o preparo juntando mais farinha de trigo aos poucos, até ficar difícil de mexer com a colher. Sove com as mãos, juntando farinha sempre que precisar, até a massa ficar homogênea e não grudar mais nas mãos. Cubra a bacia com plástico e deixe a massa crescer até dobrar de volume (se estiver usando levain, pode amassar à noite e deixar crescendo até a manhã seguinte; se escolheu o item 2, fique de olho até que dobre de volume - isto pode levar de 1 a 4 horas, dependendo da temperatura ambiente). Divida a massa em quatro pedaços, modele os pães, molhe a superfície com água ou caldo de cana e role-os sobre os flocos e as castanhas espalhadas numa superfície.  Coloque-os separados em uma assadeira grande untada e enfarinhada. Cubra com pano, espere crescer novamente, faça cortes com lâmina fina (gilete, estilete, bisturi)  e leve para assar em forno pré-aquecido bem quente (300 graus mais ou menos), por cerca de 10 minutos. Diminua a temperatura para 180 graus e asse por mais 50 minutos. 

Rende: 4 pães 

Nota: se quiser, substitua parte da farinha de trigo branca por farinha integral ou de centeio, em até 50%. Você pode também juntar castanhas à massa. 

Passe manteiga e nhac! Em casa ou no piquenique

24 de outubro de 2011

Piquenique de outubro de 2011



Ontem teve tudo para um bom piquenique. Dia lindo, comida gostosa, gente legal e muita, muita criança - foi aniversário de uma delas. Tive que ir embora mais cedo, mas o piquenique só terminou no fim do dia porque teve um quê de pancadaria. Provavelmente a própria protagonista vai contar aqui no blog, mas adianto o que fiquei sabendo da própria Veronika completado pela minha imaginação.

João, já cansadinho, aproveitava o colo da querida mãe que aproveitava o aconchego para olhar para céu de um azul interrompido pela chuva suave de pétalas que se desprendiam da sibipiruna ou árvore qualquer que tenha florezinhas amarelas. Aproveitava para divagar sobre como é boa a vida, como é bom ter amigos, filhos com saúde, um marido que ama e que a ama, como é gostoso passar o dia numa praça com muito verde e canto de pássaros, como são lindas as árvores e como é bom ficar ali sem nada de chato a fazer, só sentindo o sol indo embora. Até que.... até que um lindo galho da linda árvore que soltava lindas florezinhas também se desprendeu lá de cima e plaft na cabeça da Veronika, como quem diz: olhe eu aqui, mulher!

Agora, sabendo que nada de grave aconteceu a não ser o nascimento de um lindo de um galo na cabeça, posso contar rindo. Mas na hora deve ter assustado e doído, ah, deve.

Se todo mundo me mandar receitas, você saberá o que é cada uma das comidas que aparecem nas fotos. Se não, pelo menos do meu pão darei a receita.

22 de setembro de 2011

As crianças do piquenique


Meninas e meninos do piquenique perto de casa me fazem ter esperança na humanidade, me fazem lembrar aquelas crianças de uma aldeia Guarani que visitei em Bertioga.  Com a diferença que as mães daquelas ficam em silêncio durante muito tempo (e nós, por aqui, bem... gostamos de conversar).  As crianças não gritam, não chamam mãe nem pai, se distraem com qualquer bobeira desde que estejam ao ar livre e que possam correr. Os problemas, quando surgem, são resolvidos entre os pequenos sem ajuda de adultos.  - Esta pedrinha é minha. Então tó!  No geral, muito mais concordância que atritos. Um toco que balança tem o mesmo valor que um carrinho comprado. E, se a diversão pode ser compartilhada, melhor. Faz tempo que não tenho criança em casa, mas fico admirada de ver como as mães do piquenique ficam tranquilas com as crianças soltas, que passam o dia todo construindo estórias.  É claro que uma corda bamba, uma bola ou bicicletas incrementam as brincadeiras,  mas elas também se divertem com o pouco que a natureza sugere - subindo na grande figueira que faz as vezes de um castelo passível de ser invadido por inimigos imaginários  ou adotando galhos de árvores como varas de equilíbrio para andar na corda. De vez em quando um chama porque subiu alto demais e não consegue descer, mas o que se vê são mães e pais coletivos ajudando uma ou outra criança a ganhar confiança e equilíbrio nas atividades mais ousadas. Nenhuma criança ali parece ter saudade do sofá, do  vídeo game e do computador e, em se tratando de carinhas-pálidas,  é uma grande conquista destes pais piquiniqueiros. Mães também sabem se divertir trocando roupas - nosso bazar do desapego foi um sucesso e não envolveu dinheiro. 

21 de setembro de 2011

Piquenique de setembro de 2011


Já anunciando a primavera, o céu esteve azul iluminado durante todo o domingo, com temperatura oscilante entre bem quente ao meio dia e fresquinha no começo da noite. Desta vez as crianças se divertiram na corda bamba levada pela Priscila e os adultos, com o bazar do desapego incentivado pela Veronika. Quem tinha roupas e objetos para doar, levou pra praça. Quem quis, pegou. Foram momentos bem divertidos. Esta camisa está apertada. Ah, esta eu ganhei da minha mãe mas fica larga. Desta, eu cansei.  Ficou lindo em você. Adoro verde, eu quero. Poxa, este sapato é meu número. Eu não gosto do bico quadrado. Já eu adoro.  Para os homens teve livros, o consolo no meio da mulherada tagarela.

A comida é sempre farta. Fabiana e eu, sempre levamos pães. Eu, de abóbora com nozes. Ela, integral. A Veronika cozinhou batatas no caldo de carne louca, receita da Chus, e ficou uma delícia pra comer com gorgonzola. Aliás, Chus, que continua vegetariana como sempre, levou novamente sua carne louca, que prepara sem experimentar e sem nunca errar no tempero ou no ponto. Que fica boa com pão francês. Ana e Zé Antônio, meus vizinhos de muro, levaram pamonhas, banana caramelada e palitos de cana. A empregada da Lula deixou prontos uns pãezinhos de queijos tentadores. E teve ainda bolo de banana, bolo de chocolate, sanduichinhos de ovo, salada de trigo com amendoim (já dei a receita aqui), frutas, águas, sucos e boa conversa até o anoitecer.

13 de setembro de 2011

domingo.... vamos pra praça

antes do piquenique, já vou postar a receita do que vou levar. tem gente que chama de palha italiana. acho que é uma falsa palha italiana. quem me ensinou foi a cristina, mulher do peter, no casamento do meu irmão mais novo. cada vez que faço fica diferente. mas sempre dá certo.
é uma receita simples, feita a partir de comidas pré-prontas: leite condensado e bolacha maizena. não deve ser a coisa mais saudável do mundo, mas que é bom, é.

unte com manteiga uma assadeira ou um prato raso grande. reserve.

triture um pacote de bolacha maizena, ponha num pote. acrescente às bolachas trituradas uma pitada de noz moscada ralada e um bago de cardamomo pilado. reserve.

ponha numa panela larga uma lata de leite condensado, duas colheres de sopa de cacau em pó, uma colher de sopa de manteiga, uma pitada de sal.
leve a panela ao fogo, mexendo sempre, para não grudar no fundo e não empelotar. é como no brigadeiro. deve-se mexer sempre, e quando aparecer o fundo, mas ainda estiver mais mole do que estaria se fosse para virar brigadeiro, desligue e jogue a mistura de bolacha e temperos na panela. mexa bem. derrame no prato untado.
espere amornar. jogue por cima um tanto de chocolate em pó. corte em quadrados e passe cada quadrado em mais chocolate em pó, para que os quadradinhos não fiquem grudentos.
estão prontos. as fotos virão depois.
as opiniões também.

29 de agosto de 2011

Cheesecake de espinafre


A receita deste cheesecake veio da escola do Rodrigo: a quantidade de vezes que o menino, que nem é dado a tanta comilança, repetiu o dito cujo fez com que a Gabi (nutricionista) ficasse impressionada e  me enviasse a receita. Antes mesmo de a receita chegar o Rodrigo já tinha falado um monte do tal cheesecake que comera na escola. E assim foi que o prato virou uma ótima opção para quando a gente tem que fazer uma comida rapidinho ou deixar ajeitado o almoço na véspera: prática, fácil de fazer e saborosa!

Pro piquenique, fiz duas receitas para ficar mais "alto" e mais macio. Como tinha feito na véspera, esquentamos junto com o pão e ambos chegaram quentinhos à praça. Segue, então, a receita:

Cheesecake de espinafre

2 xícaras (chá) de espinafre picado, refogado com temperos a gosto (costumo temperar com sal, alho e umas pitadinhas de noz moscada) e espremido (para não soltar muita água)
3 ovos
100 g de queijo branco
100 g de requeijão
1 cebola picada (eu dividio: refogo metade com o espinafre e coloco só a outra metade na massa)
150 g de ricota
manteiga para untar
farinha para enfarinhar
queijo parmesão ralado para polvilhar

Modo de fazer
Refogue e esprema o espinafre. Reserve.

Passe os outros ingredientes no processador (eu não tenho processador; ponho na tigela e tasco o mixer em cima. O que, aliás, rendeu cenas curiosas no piquenique, pois eu ia lembrando com gestos a receita, para dar à Veronika e, bem..., antes de me lembrar que o mixer chama mixer vocês podem imaginar a cara da Veronika tentando entender porque movimentos eróticos faziam parte do processo :-)

Misture, delicadamente, o espinafre à massa de queijos e despeje sobre a assadeira untada e enfarinhada.

Polvilhe o parmesão e leve ao forno médio, já pré-aquecido. Demora cerca de 20, 25 minutos ou até dourar.

A receita original diz para desenformar. Como aqui sempre fazemos em assadeira de vidro ou cerâmica, pulamos essa parte e - como diz a Neide - nhac! garantimos nosso pedacinho antes que o Rodrigo-monstrinho-do-cheesecake ataque.

24 de agosto de 2011

piqueniques longe de casa

letícia, amiga de velhos tempos, alimenta um blog muito gostoso, o cozinha da matilde. amiga de piqueniques, ela dá ótimas sugestões para os piqueniques longe, bem longe, de casa:

"1- Leve sempre consigo em suas viagens (eu não tiro o meu da bolsa nunca) um canivete com bom corte, pode ser um suiço cheio de salamaleques ou algo mais simples, como o meu, que tem cara de matuto e cabo de madrepérola. É o suficiente para o pic-nic e ainda é legal para experimentar produtos em incursões a mercados.

2- No começo da viagem compre um sal bacanudo e um bom azeite ambos em embalagens pequenas e use-os durante toda a viagem e no fim leve para a sua casa o que sobrou, vira uma coleção interessante, em especial de sal.

Nessa feirinha em Sausalito comprei uma flor de sal com lavanda muito delicada e um azeite extra virgem super aromático de um produtor local.

3- Divida sempre o peso nas mochilas e fique de olho para nao extrapolar na carga (em especial quando for fazer trilhas.

4- Monte a lancheira de acordo com a sua programação para o dia. Para um passeio leve, basta um potinho de nuts, frutas secas ou frescas e uma garrafinha de água. Se for uma passeio longo de dia todo ou uma trilha, aí vale caprichar e acrescentar proteína, carboidratos… mas o importante mesmo é descobrir as delícias dos mercados locais e aproveitar!

5- Leve sempre guardanapos de papel e uma canga ou manta pequena para estender no chão, usar de mesa e depois para dar um bode.

6- Se encontrar alguem vendendo folhas lavadas para consumo direto, compre-as dentro de saquinhos, são perfeitos para temperar, basta espremer limão, sal, azeite e chacoalhar o saquinho para a salada ficar bem temperadinha.

7- Vale o investimento em uma sacolinha térmica pequena e bacana (tem algumas super fashion!), ela vira uma boa companheira de viagem- na falta de uma qualquer mochila segura a onda!

8- Nunca deixe de visitar os mercados locais, saber o que um povo come é o melhor caminho para compreender sua cultura e o mais curto para fazer amigos! Pergunte sempre aos vendedores sobre a procedência dos produtos, peça para experimentar, procure produtos que não conhece. Minha dica é incluir a visita ao mercado na programação matutina, assim você pode comprar ali sua merenda e de lá procurar um parque ou praça nas cercanias para um belo pic-nic.

9- Em qualquer momento da viagem, se encontrar um produto bacana que adoraria experimentar, compre! Guarde-o para um pic-nic ou para o lanchinho do dia seguinte! Já encontramos cada fruta, queijo, enchido passeando pelas ruas que eu me arrependeria loucamente de não ter experimentado! Mas não exagere na quantidade, compre apenas o suficiente para um lanche, outras delícias virão!

10- Produtos que sempre funcionam para pic-nic: embutidos, enchidos, carnes curtidas prontas para consumo, peixes defumados e curtidos, azeitonas, queijos, tomates, folhas verdes, rabanetes, frutas frescas e secas, pães, bolos, nuts, conservas… etc, etc, etc.

11- Terminou o pic-nic, por favor, carregue todo o seu lixo até a lixeira mais próxima (nem que seja a 100 km)!"

18 de agosto de 2011

Biscoitos de gruyere



Veronika contou que se baseou numa receita húngara para chegar a estes biscoitos com cara de pão,  ou o contrário, apresentados no piquenique em lata de bolachas como se fossem delícias de tia. E foi um sucesso. Sorte de quem pôde levar um pouco para casa, como eu.  Não durou até segunda-feira.  


Biscoitos de gruyere. De Veronika Paulics


ingredientes
1 envelope (10 g) de fermento biológico seco 
4 colheres (sopa) de água morna 
600 g de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de creme de leite
2 ovos
2 colheres (café) de sal 
200 g de manteiga em temperatura ambiente (ponto de pomada)
200 g de queijo gruyere
1 clara de ovo ligeiramente batida


como preparar
misture o fermento na água morna e espere dissolver. numa tigela, misture a farinha de trigo com o fermento dissolvido, o creme de leite, os ovos, 
o sal e misture bem até a massa ficar bem esmigalhada. Junte, então, a manteiga e sove a massa. separe 50 gramas do queijo para polvilhar os biscoitos e junte o restante à massa. sove bastante até que a massa, bem lisa, comece a formar bolhas. polvilhe a massa com farinha de trigo e cubra com um pano. deixe crescer até ficar bem grande e começar a a rachar (de uma a duas horas, dependendo da temperatura ambiente). abra então a massa numa espessura de mais ou menos um centímetro. faça cortes com uma faca na superfície da massa, em várias direções, passe clara de ovo e cubra por igual com o queijo ralado reservado. depois disso corte em círculos com cortador de biscoitos ou com a borda de um copo. pegue cada bolinho e dê uma ajeitadinha neles, para que fiquem mais estreitos e mais altos. coloque-os em forma untada e enfarinhada, deixando espaço entre eles. leve a assadeira ao forno quente pré-aquecido e espere até que fiquem dourados.

15 de agosto de 2011

Piquenique de agosto

Maracujás doces de Paraibuna

Dia feio o de ontem, que nada. Basta que não chova e todos os dias são lindos para piquenique, ainda que a grama esteja seca, ainda que não haja frutas, ainda que as amendoeiras estejam peladas.  E aquela cobertura cinza até que cai bem a um domingo que se quer longo. Dia dos pais cozinhando ou na fila do restaurante, que nada. Dia dos pais é todo dia e os que ali estavam nem se lembravam disso. De qualquer forma, o data mexeu com os números e éramos poucos, mas animados como sempre. Patrycia e Marcos, amigos do Come-se, vieram de Rio Branco com presentes em farinhas, paçocas e biscoitos de castanha. Priscila, como sempre, acordou tarde e chegou quase no final, de bicicleta, e estendeu seu pano florido. Mas trouxe um bolo de chocolate que todos comeram de repetir. As crianças estavam silenciosas ontem. Também, eram apenas seis que se revesavam em correr, conversar nos bancos ou jogar cartas. Levei um braseiro para fazer tapiocas que foram servidas quentinhas com manteiga ou coco ralado, que criança adora. Mas as brasas serviram ainda para reaquecer as batatas assadas do Edu, que estavam macias e perfumadas, e ainda os quibes e empadinhas, que chegaram depois. E, primeiro o café, depois os chás e, como sempre, terminamos
com vinho para aquecer a tarde que já ia bem mais fria que pela manhã, quando chegamos e encontramos nosso lugar predileto ocupado por outro grupo de piqueniqueiros que não estabeleceu contato mas que nos deixou feliz já que nosso desejo é ver a Praça Zé Roberto e todas as outras invadidas por toalhas xadrezes. As receitas vão chegando aos poucos. Por enquanto, algumas fotos.



8 de agosto de 2011

duas receitas: bolo sem farinha e salada em papel de arroz

antes que venha o próximo piquenique com suas receitas, quero postar ao menos duas ainda do piquenique de julho. a primeira é um bolo sem farinha de trigo, como os das quintas sem trigo da neide, mas mais óbvia.
esse bolo fez parte de um conjunto de receitas que eram as preferidas das crianças da turma de um dos meus filhos. na escola, no começo do semestre, pediram que os familiares enviassem a receita do prato predileto da criança. e tinha de tudo: pão, gelatina, salada de fruta, pão de queijo. e esta, de um bolo sem farinha. fica bom.


bolo sem farinha de trigo

misture uma lata de leite condensado, três ovos, 100 gramas de coco ralado, uma colher de sopa de manteiga e uma colher de sopa de fermento em pó. derrame numa forma untada e polvilhada. leve para assar em forno pré-aquecido por mais ou menos meia hora, ou até ver que as bordas já estão soltando.


rolinhos de papel de arroz

a outra coisa muito boa que levamos em julho é o enroladinho de papel de arroz.
há algum tempo tinha visto na casa de uma amiga uns enroladinhos meio transparentes, com várias coisas picadas como recheio. eram uma espécie de salada, mas não só. o que eu me lembrava é que eram vietnamitas.
um dia desses, andando pela liberdade, comprei as tais folhas de arroz. na véspera do piquenique de julho, pensei em fazer os enroladinhos. como a neide não estava, apelei para o santo google: como fazer rolinhos de papel de arroz? e cheguei num blogue delicioso, com dicas ótimas. não só dizia como fazer, como também mostrava passo a passo. ampliava horizontes, sugeria gostos e consistências. claro que eu não tinha tudo o que se sugeria para colocar dentro, mas tinha uma parte, tinha opções. de curiosa, antes de confiar, dei uma geral para ver de quem era o blogue. e era o blogue da marisa ono, que eu não conheço pessoalmente, mas indiretamente, pela neide. e conheço o famigerado alho negro que a marisa produz em seu sítio.
fui fazer os rolinhos, seguindo o passo a passo da marisa. em vez de macarrão transparente de feijão que a marisa sugeria, usei bifun, que era o que eu tinha em casa, mais alface, manga cortada em tiras, cenoura ralada, umas flores de jambu em uns, manjericão em outros. um pouco de kani em alguns e um pouco de surubim defumado em outros.
feitos os rolinhos, fui fazer o molho. peguei os ingredientes sugeridos e achei tudo muito doido, mas deu certo: missô, pasta de amendoim (daqueles sem açúcar), vinagre, mel, pasta de pimenta, acrescentei um pouco de sal, um pouco de xarope de romã, um pouco de água para chegar numa consistência meio líquida, meio pastosa, meio agridoce, meio picante.
cada rolinho vale por uma salada. como disse o sérgio, uma salada em embalagem comestível. é prático para comer em piquenique, mas precisa de uma vasilha para o molho. sem molho, é um pouco sem graça.

18 de julho de 2011

piqueniquinho



piquenique em mês de férias escolares é, em geral, pequenininho. é difícil conciliar agendas. neide foi pro acre e não estaria aqui. fabiana, imaginando que não haveria piquenique em julho, resolveu tirar atrasos na saudade de outros amigos. da inês, não tenho notícia há tanto tempo...
chegamos a pensar em desistir do piquenique de julho. mas um pergunta dali, outro pergunta de lá, me dei conta que os piqueniques fazem muita falta.
fiz uma pequena consulta, imaginando que se houvesse três famílias com agenda conciliada, e uma previsão de sol para domingo, teríamos piquenique. e tivemos.
combinamos às onze. chegamos um pouco atrasados: marcos, chus e sérgio já estavam lá, instalados e num papo gostoso já engrenado. cadeiras, comidas e jornal em fartura. além de um sol bom, de amornar.
logo depois, priscila veio esvoaçando na bicicleta, mônica chegou com meninos. a recomendação, por conta do tempo seco e da temperatura que cai no fim da tarde, era ficarmos até umas três ou quatro. quando pensávamos ir para nossas casas, crianças brincando felizes por todo canto, chegou swami com sua pequena. e cadê vontade de levantar acampamento?
enquanto conversávamos sobre as mudanças na ocupação urbana, sobre as comidas que levamos, sobre nossas mães, nossos filhos, nosso estar no mundo, constatei – e comentei – que o bom dos piqueniques é que participamos deles sem esperar nada. é um espaço de gratuidade e disposição para o que vem, de surpresa. todo piquenique é uma supresa.
de comidas, a maior surpresa foi o melão descascado pelo marcos: ao lado de um abacaxi convencionalmente descascado e fatiado, havia um melão sem casca inteiro! eu nunca tinha visto (e quem não estava lá não verá porque eu estava certa de que tinha fotografado, mas só achei as fotos dos doces, das maçãs e das peras que ele também trouxe e estavam ótimos, mas muito convencionais se comparados ao melão...).




minha outra surpresa é que desta vez consegui comer quantos pedaços eu quis da tortilha da chus e da sua torta salgada maravilhosa. a tortilha não tem receita. na espanha, todo mundo aprende a fazer olhando e fazendo. para nós, será preciso uma aula especial. a da chus é maravilhosa. como é maaravilhosa sua torta salgada. como é maravilhosamente bom seu bolo de fubá. como seu pão de fermento natural, escondido por pequenas joaninhas, fica muito bom com manteiga, com geléia, com tudo. ou com nada. pão com pão e está muito bom.







quando a mônica chegou, suas comidas foram a alegria das crianças: milho cozido e lindos bolinhos confeitados que o filho menor ajudou a preparar. e sua geleia de mixirica à moda da dona olga fez bater o coração dos adultos.



no final da tarde, a chegada de swami provocou revoadas em torno dos picolés. e um silêncio de crianças concentradas, lambuzadas, procurando água para lavar as mãos.
ah, sim, nós levamos rolinhos de papel de arroz com um molho especial (como disse o sérgio, são saladas enroladas em plástico comestível), rabanetes, tortinhas de marzipã com recheio de chocolate, uma espécie de bom bocado e, daqui do nosso quintal, uma pequena colheita de phisalis ou saco de bode (que é o seu nome popular).





enquanto isso, lá no acre, neide reunia seus novos amigos para um piquenique acreano. desta vez, ela fotografou e mandou a foto, com toalha xadrez e tudo:


nos próximos dias, vamos publicando algumas das receitas. pra outras, é só dar uma voltinha a pé pelo piquenique perto de casa, e tudo o que se come lá está.
e que os invernos continuem morninhos para todos nós!