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30 de novembro de 2010

Batatinhas em conserva do Edu


Subvertendo o ditado, "quem tem Google vai a Roma". Ou ao piquenique. Basta ler a receita das batatinhas do Edu, que estavam fantásticas, para confirmar.
Batatinha em conserva. Por Eduardo Izumino
Não era eu quem ia fazer a batata bolinha. Mas acabou que na correria nos atrasamos e eu me encarreguei. Fiz como todo mundo que tem um problema: fui ao Google e procurei algumas receitas. O processo produtivo básico é o de cozinhar as batatinhas, e elas são 'conservadas' num molho à base de azeite e cebola, além de temperos que, bom, dão o tempero. Diante da escassez de alguns deles, claro, fiz algumas adaptações e pequenas ousadias que deram lá o seu saborzinho. Essa aqui portanto não é uma receita que deve ser seguida de modo rígido, talvez nem ser seguida mesmo, até porque estou reproduzindo de cabeça e talvez eu esqueça uma ou outra coisa. Mas vamos lá.
Tudo dependia da compras do dia anterior: nem sempre se encontra batata bolinha, e nem sempre elas estão com qualidade suficiente. Devem ser bem pequenas, do tamanho de azeitonas graúdas. As que eu achei eram um tanto maiores, mas estavam frescas, lisas, e eram quase todas do mesmo tamanho, o que facilita cozinhá-las de modo uniforme.
Lavei-as, esfregando com uma esponjinha, e coloquei-as para cozinhar: dois quilos de batatinhas numa panela para três litros de volume – não que se usem três litros de água, mas o suficiente para cobri-las. Eu sei que alguns detalhes parecem óbvios para quem tem alguma prática, mas peço alguma clemência comigo. Se puder, use água filtrada, em filtro que retire o gosto de cloro. A água da Sabesp ela jura que é potável, mas o sabor que deixa nos pratos não é agradável. Temperei a água com duas colheres de chá de sal, e aqui começamos a improvisar, com o finzinho do vinagre de maçã que havia em casa, e que provavelmente deu apenas metade dos 200 ml de uma das receitas que eu vi – a única, acho, que mandava cozinhar as batatinhas com vinagre. Nessas horas, e sem poder sair para comprar mais, a gente torce para que seja suficiente. Mas eu não queria, a gente não queria, que as batatinhas ficassem muito azedinhas, pois a ideia era que as crianças gostassem, e até onde eu sei a maioria delas não aprecia comida muito azeda. Pelo mesmo motivo não coloquei pimenta. Poderia ser, por exemplo, uma pimenta calabresa.
Enquanto a batata cozinha, vamos aos temperos. Olho no relógio: as batatinhas devem cozinhar por mais ou menos 20 minutos, e devem estar 'al dente', isto é, cozidas mas ainda firmes, a casca inteira e brilhante. Experimente algumas até achar o ponto, aproveitando para acertar o sal. Normalmente, as receitas pedem uma cebola grande ou duas médias. Eu usei um pouco mais. Não daria muito tempo para as batatinhas curtirem no tempero, então podemos ser mais perdulários com alguns temperos para compensar um pouco. Cortei as cebolas em tirinhas, as mais fininhas que consegui (dividi as cebolas descascadas no sentido do comprimento, fatiei no sentido da largura e separei as tirinhas). Piquei um maço de salsinha, com os talinhos, também nos pedaços mais minúsculos que consegui. Inventei um pouco aqui: uma ponta de colher de chá de orégano, cerca de 5 ou 6 grãos de erva doce – isso mesmo, grãos, uma colher de chá de sal, e aí deveria entrar mais vinagre – que tinha acabado. Vasculhando, achei vinagre de arroz, aquele de temperar o arroz para sushi. Acontece que esse vinagre é seriamente mais forte, mas tem sabor diferente também. Pinguei um pouco, acho que menos que uma colher de sopa. Misturei os temperos, com cuidado. Vi receitas sugerindo tiras de pimentão, azeitonas, dentes de alho inteiros ou amassados, acho que aí cada um faz de acordo com seu gosto.
Arrumei os temperos já num tuperuár com tampa, pronto para o transporte, mas o correto é usar um vidrão com tampa, com capacidade de 3 litros, já esterilizado (fervido por pelo menos 30 minutos), garantia que as batatas vão durar bastante. Joguei as batatinhas bem quentes no tempero, escorridas aos punhados com uma escumadeira, mexendo suavemente, e intercalando com azeite. Usei pelo menos 300 a 400 ml de azeite e um tanto de óleo de girassol. É, acabou o azeite também... Usei parte da água do cozimento, azedinha, para completar até o molho quase cobrir todas as batatinhas.Em pelo menos uma das receitas que vi, se recomendava refogar as batatinhas nos temperos. Noutra, a bater todos os temperos no liquidificador. Eu não fiz nem uma coisa nem outra. Apenas não me pareceu que ia ficar muito bom. Além do mais, as batatinhas e um pouco do caldo do cozimento que eu usei estavam beeem quentes, e continuariam a cozinhar ainda por alguns minutos, assim como as cebolas, que apenas com o calor das batatinhas amolecem e cozinham o suficiente para perder o seu acre, e ficar até meio adocicada. Acabei acrescentando mais quase uma colher de sal, mas eu tentei não salgar demais: os sabores tendem a apurar. Deixa-se tudo descansar até esfriar, semi-coberto, e depois que esfriar pode-se deixar à temperatura ambiente, marinando, curtindo, cerca de dois dias. No fim, com ajuda da erva-doce, não foi necessário corrigir a acidez, ficou um azedinho bem suave. Mas não deu tempo de curtir nem 24 horas até o piquenique. As batatinhas ficaram até bem boas, mas eram sobretudo promessa do que seriam se estivessem bem curtidas.
Da próxima vez, vou usar mais vinagre para cozinhar as batatinhas, mais azeite no molho, e se não houver crianças nem intolerantes, pimentas biquinho e azeitonas. Curtidas pelo menos uma semana, acho que daria um toque picante e colorido e as azeitonas deixariam o sal no ponto - nesse caso, se deveria usar menos sal no molho.



Edu

2 comentários:

  1. realmente quem tem google vai a roma, ultimamente tem sido assim minhas receitas, fiquei com duvida de alguma massa, procuro no google, gosto de comer algo e não sei fazer, como no caso das batatinhas, procuro no google, foi assim que achei o seu blog...
    Amei sua receita e o modo como vc escreve, da pra entender..rs Vou fazer hj, depois volto e conto como ficou..rs
    abraço!
    Roberta Cordeiro
    roberta_betaz@yahoo.com.br

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  2. obrigado estas receitas ajudam muito,principalmente na minha modalidade(pai solteiro). Luis barretos sp.

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