na época em que fumar fazia parte do cotidiano, a gente sempre dizia que a longa espera por um ônibus seria abreviada exatamente na hora que se acendesse um cigarro. não valia acender o cigarro para que o ônibus viesse. tinha que ser aquele cigarro acendido na falta de esperança, mesmo. acender o cigarro era assumir que já não se acreditava muito que o ônibus viesse. nesse hora, lá vinha o ônibus.
o piquenique de ontem foi um pouco assim. a neide não viria porque foi pro senegal, participar do fórum social mundial. a chus e o sérgio não estariam em são paulo. inês também estaria longe. e um silêncio dos outros.
muito bem, poucas pessoas, um bolo e um suco, uma praça já são um piquenique. estávamos prontos para um piqueniquinho.
tinha preparado umas cebolas em conserva, o chico tinha feito um bolo de maracujá, tínhamos umas coxinhas de frango assadas, umas torradas, bolinhas de kefir no azeite de limão, café, água. e lá fomos nós.
o dia lindo, ensolarado e iluminado, foi se desenrolando, como um novelo. chegamos ao coreto da praça e fabiana, edu e rodrigo já estavam chegando também, quiches, cookies, brigadeiros.
márcia, flávio e meninos, que nunca tinham vindo, vieram. márcia conhecia o pique e as receitas do piquenique, porque acompanha no blogue. pro próximo piquenique, quem sabe nalgum piquenique de inverno ela não nos conta uma história, boa contadora que é....
e então foi chegando mais gente que nunca tinha vindo, como o dirceu, a letícia, o lau com sua filha mais velha, a vanessa, rita com sua filha e seu neto. maria e celso trazendo dois pedros...
pra variar, as crianças andaram de bicicleta, se encarapitaram no alto da árvore-castelo. subiram e desceram com corda. fizeram lanche, perderam copo (que depois acharam). seguiram um carrinho de controle remoto que quase atropelou a mônica...
os adultos se perderam em conversas e comidas. tinha cuscuz da adriana, tortinhas da priscila, muffin salgado da letícia, suco do cláudio, bolo de abacaxi da lula, chup-chup da mônica, coco verde que a fátima providenciou (e lembrou de carregar junto um abridor e canudos!), doce de castanha com manga e patês da cris, e muitas outras coisas que obviamente nós não conseguimos fotografar.
as receitas virão ao longo dos dias. com algumas fotos.
no final da tarde, fábio e renzo chegaram com aviõezinhos de brinquedo, e papel para fazer outros aviões. o dia se arrastava, se enrolava na gente, fazendo e desfazendo o domingo.
o que era para ser um piqueniquinho, virou um piquenique amplo, espaçoso, cheio de criança brincando para todo lado, adulto se espreguiçando na praça. quando o sol foi baixando, brindamos o dia (nas taças que o marcos trouxe a tempo de casa).
